quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ministério do Esporte e Cufa discutem projeto para formar parceria com o Pronasci

O secretário Executivo do Ministério do Esporte, Wadson Ribeiro, participou nesta quarta-feira (22), do Encontro da Central Unica das Favelas (Cufa) em Brasília (DF), onde apresentou os programas esportivos-sociais da pasta e debateu o esporte de partipação. Ao lado do presidente da Cufa, Celso Ataide, do coordenador de Políticas Para a Juventude, Reinaldo Gomes e do rapper MV Bill, o secretário colaborou com 60 coordenadores estaduais e do Distrito Federal na elaboração de uma proposta de parceria junto ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que será entregue amanhã (23), ao ministro da Justiça, Tarso Genro.

O Pronasci é uma iniciativa inédita de combate a criminalidade no país. Tem como público alvo jovens de 15 a 25 anos egressos no sistema prisional, reservistas, em descontrole familiar e em conflito com a lei, presos ou adolescente infrator. As ações são desenvolvidas em regiões metropolitanas brasileiras mais violentas.

"O objetivo desse encontro é a construção de oficinas para criar ações de trabalho da Cufa, buscando parcerias como por exemplo, a construção de Centros Esportivos - com quadras poliesportivas, salas multiuso, arenas, vestiários, banheiros, entre outros" anunciou Celso Ataide. Segundo ele, esse espaçoes serão uma referência da comunidade e funciorarão como centros de convivência promovendo, inclusive, o basquete de rua e o hip-hop, sediando eventos culturais, escolares e esportivos.

MV Bill, por sua vez, elogiou a proposta do governo federal junto ao Pronasci, voltada para a segurança pública e aos jovens. Segundo ele, o diálogo é uma forma muito importante de atrair a juventude que é vitimada e reprodutora dessa violência. "Por meio do esporte, da educação também estaremos usando esses jovens como exemplos de resgate, como protagonistas dessas mudanças, pois agora as politicas chegam com eficiência porque são propostas às lideranças que atuam em comunidades polulares", afirma.

Representando o ministro do Esporte, Orlandio Silva, o secretário executivo fez uma retrospectiva da historia do esporte no pais, e mostrou os avanços do setor. Ele lembrou que o acesso que antes era assegurado prioritariamente à uma minoria de jovens estudantes em colégios particulares, detentoras de excelentes infra-estruturas esportivas - desde 2003 com a constituição de um ministério exclusivo do Esporte, passou a ser um direito do cidadão e a ser universalizado. "Isso implica dizer sociedade sadia embuida nos valores do esporte é sinônimo de cabeça sadia. Os grandes campeões olímpicos sairam das periferias da cidade. Um bom exemplo aconteceu com o futebol", citou.

Ele destacou ainda que o Ministério do Esporte por meio de quatro programas também está sendo beneficiado pelo Pronasci. O convênio interministreial envolveu um repasse, para 2008, no valor de R$ 32.470.788,44.

Os recursos foram destinados aos programas: Praças da Juventude, que já está construindo praças novas em vários estados do país; ao Esporte e Lazer da Cidade, que garante ações de esporte e de lazer aos jovens inseridos em suas em comunidades carentes; ao Pintando a Liberdade, que por meio da produção de material esportivo promove a ressocialização de detentos do sistema prisional do país; e ao Pintando a Cidadania, que através da produção também de material esportivo gera emprego e renda às famílias carentes.

BBC Brasil

Da BBC Brasil
Cidades brasileiras têm maior disparidade de renda no mundo, diz ONU
Maior número de cidades desiguais está na América Latina e Caribe, diz
relatório.

As cidades brasileiras são as que apresentam a maior disparidade de
distribuição de renda no mundo, segundo o relatório anual do Programa das
Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-Habitat).

O documento Estado Mundial das Cidades 2008/2009, apresentado nesta
quarta-feira, cita o desemprego e o declínio dos salários nas áreas urbanas
como algumas das razões para esse desempenho.

O relatório utiliza o coeficiente Gini (indicador que mede a concentração de
renda de um país e indica desigualdade maior à medida que se aproxima de 1)
para medir o nível de igualdade das cidades.

"A Colômbia e o Brasil são os dois países na América Latina com o maior
coeficiente de Gini", disse à BBC Brasil a diretora do escritório regional
para América Latina e Caribe do UN-Habitat, Cecília Martínez Leal.

"Várias cidades brasileiras apresentam coeficiente de 0,6, quando a linha de
alerta internacional está em 0,4", disse Martínez Leal.

Entre as cidades com altos índices de desigualdade, ela cita São Paulo,
Brasília e Fortaleza.

O fenômeno, no entanto, não é exclusivo da América Latina. De acordo com o
documento, grandes cidades americanas, como Atlanta, Washington, Miami e
Nova York registram níveis de desigualdade iguais aos de cidades africanas,
como Nairóbi, ou latino-americanas, como Buenos Aires.

Segundo o relatório, as cidades com maiores níveis de igualdade estão
localizadas na Europa, mas Pequim, na China, é considerada a cidade com
maior nível de igualdade no mundo.

"A desigualdade representa uma ameaça dupla", disse Martínez Leal. "Tem um
efeito amortecedor sobre o crescimento econômico e cria um ambiente menos
favorável aos investimentos", afirmou.

Segundo a diretora, a desigualdade faz com que os novos investimentos em
serviços sigam favorecendo os mais ricos.

Para Martinez Leal, para fugir a essa tendência é necessário que as
políticas locais sejam dirigidas às zonas de exclusão.

Crescimento

De acordo com a diretora, o Brasil é um exemplo do que ocorre na América
Latina, não apenas em relação à desigualdade, mas também ao rápido
crescimento das cidades pequenas.

O relatório afirma que a região da América Latina e Caribe concentra o maior
número de cidades desiguais do mundo e que a característica do
desenvolvimento urbano no continente é o crescimento rápido de algumas
cidades pequenas.

O Brasil e o México são citados como os principais exemplos desse
crescimento rápido.

Conforme Martínez Leal, 70 cidades brasileiras passaram de pequenas a
intermediárias nos últimos 15 anos. Ela disse que o desenvolvimento dos
setores de turismo e indústria é uma das razões desse fenômeno.

Entre as cidades brasileiras que apresentaram crescimento rápido está Porto
Seguro (BA), que passou de 95.721 habitantes em 2000 para 114.459 em 2008.

Itaquaquecetuba (SP) também é citada, com um salto de 272.942 habitantes em
2000 para 334.914 neste ano.

Além do rápido crescimento das cidades, o documento afirma que a região da
América Latina e Caribe também é a mais urbanizada do mundo.

Segundo o UN-Habitat, quatro das 14 megacidades do mundo estão no
continente: São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México e Buenos Aires.

O relatório afirma que a população urbana da região é de 434,432 milhões de
habitantes e que 27% da população latino-americana vive em favelas.

Harmonia

O relatório foi apresentado simultaneamente no Rio de Janeiro, em Londres e
em Bangcoc e neste ano tem como tema a harmonia das cidades.

O documento traz dados e análises sobre o funcionamento das cidades e como a
comunidade global pode incrementar sua habitabilidade e unidade.

Além da desigualdade e do crescimento das pequenas cidades, são abordados
aspectos como emissões de carbono e mudanças climáticas.

"O relatório pretende compreender alguns fenômenos urbanos", disse Martínez
Leal.

"Mais de 50% da população mundial vive em cidades", afirmou.

De acordo com o documento, "os níveis de urbanização global irão crescer
dramaticamente nos próximos 40 anos, para chegar a 70% em 2050".

"Os problemas das cidades serão os problemas da humanidade", disse Martínez
Leal.

O relatório cita entre os desafios das cidades nos países em desenvolvimento
o fornecimento de água potável, serviços de saneamento, o tratamento de
resíduos sólidos e a contaminação do ar.

Para Martínez Leal, o desafio dos governos é promover uma urbanização
harmoniosa, com desenvolvimento igualitário e decisões que melhorem as
condições de vida nas zonas de exclusão.

Segundo a diretora, os prefeitos não podem resolver o problema sozinhos.
"Precisam trabalhar com os governos estaduais e federal", disse.

No entanto, segundo Martínez Leal, as cidades não representam apenas os
problemas, mas também são parte das soluções.

A mesma opinião é expressada pela diretora executiva do UN-Habitat e
subsecretária-geral da ONU, Anna Tibaijuka.

Segundo Tibaijuka, muitas cidades estão abordando os desafios e
oportunidades "mediante a adoção de enfoques inovadores para o planejamento
urbano e a gestão em favor dos mais pobres, respondendo às ameaças que
apresentam a degradação do meio ambiente e o aquecimento global".

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Renda de família negra é 50% inferior à da branca, analisa Ipea

Segundo Ipea, igualdade de renda domiciliar só deve acontecer em 2029.
Taxa de analfabetismo também é superior entre os pretos e pardos.
Érica Abe Do G1, em Brasília



Pesquisa divulgada nesta terça-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, apesar de estar em queda, a desigualdade de renda entre as famílias negras/pardas e brancas ainda é de mais de 50%. A análise mostra que a queda só começou a ocorrer em 2001 e que, se permanecer neste ritmo, somente em 2029 o Brasil terá famílias negras e brancas com o mesmo rendimento.

"O grande responsável por essa redução são os programas de transferência de renda, que foram enfatizados no final dos anos 90 e nesta década", analisou o diretor do Instituto, Mário Theodoro.


Segundo ele, 72% dessa melhoria se deve à distribuição da renda generalizada, que teve reflexos entre a população negra. Os 28% restantes são, segundo ele, em função da "mobilidade de renda", ou maior ganho financeiro, que os negros/pardos apresentaram neste período.

O estudo aponta, ainda, que a taxa de analfabetismo entre jovens negros é quase duas vezes superior à taxa entre brancos. Apesar disso, o Ipea considera o dado como positivo, já que em 1997 essa taxa era três vezes superior. Além disso, o Instituto aponta que, em 2007, o Brasil tinha três vezes mais negros freqüentando o ensino médio do que há dez anos.. "Apesar do diferencial ainda existir, os negros estão tendo um acesso maior à escolarização, em função de ações como fundos educacionais, entre outros", analisou o diretor de estudos sociais do Ipea, Jorge Abrahão.

Resultado da Primeira Etapa do HUTUS

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Gangues de rua: violência ou auto-afirmação? Infelizmente, nem só o hip hop, grafite, dança e esporte integram as atividades de rua.

O confronto entre gangues de jovens é um componente comum da violência nos grandes centros urbanos do país. Fortaleza, capital do Ceará, por exemplo, está numa das regiões metropolitanas onde esse fenômeno provoca mais vítimas fatais.
O garoto Francisco Serafim de Souza, de 10 anos, morreu com um tiro no peito no bairro Pirambu, em fevereiro; o estudante Benício da Costa, de 21 anos, foi fuzilado com vários tiros em abril, em Maracanaú; e mais três foram assassinados em julho, Luiz Severino de Lima, 19 anos, no bairro Messejana, e Francisco Ronaldo Azevedo, 22 anos, e outro conhecido apenas por “Bodim”, no bairro Serviluz. Em comum, o fato de que todos os crimes estavam relacionados com brigas de gangues.
A maioria desses casos de violência ocorre em comunidades carentes de segurança e proteção do poder público. Porém, o comportamento agressivo não deve ser associado ao poder aquisitivo. “De acordo com a condição econômica, você tem grupos com comportamentos semelhantes, mas que recebem outros nomes. Uma turma de jovens de classe média que se reúne para sair, por exemplo, é chamada de galera, uma denominação mais suave. E essas galeras também praticam atos violentos”, observa Domingos Sávio Abreu, sociólogo e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), que participou como co-autor do livro “Ligado na Galera - Juventude, Violência e Cidadania na Cidade de Fortaleza” (Edições Unesco Brasil, 1999).
“Uma idéia que perpassa todos esse grupos de jovens é a da territorialidade. Seriam gangues de bairro, na verdade. Isso está ligado a uma série de ausências: como eles são despossuídos de bens que o poder público ou a sociedade de consumo não lhes dão acesso, decidem tomar conta de um determinado território e barrar a presença de supostos inimigos”, diz Abreu. “O fenômeno agrega ainda um certo caráter de heroísmo, que tanto atrai os jovens, ao fazer com que tentem penetrar no território proibido – o que provoca reações agressivas e vinganças, numa dinâmica de represália que não tem fim”, acrescenta o professor.
Para ele, o sentimento de posse e violência dos jovens pode ser desviado para outros valores ou atividades culturais, éticos e morais. “Os grupos de hip hop têm forte conscientização”, exemplifica. A opinião é compartilhada por Francisco José de Lima, o Preto Zezé, coordenador geral da Central Única das Favelas (Cufa) no Ceará: “Vejo o hip hop como um fio condutor de conteúdo, idéias e ações que podem mudar a realidade dos jovens e da comunidade onde vivem. Porque é uma manifestação de jovens, a sua maioria negros das comunidades, que, através de elementos culturais, tenta superar a invisibilidade imposta pela sociedade, apesar das distorções e contaminações da industria.”

Uma das questões fundamentais quando o assunto é gangues de rua é a construção da identidade de cada jovem. Para Maria das Graças Rua, cientista social e professora de Ciência Política da Universidade de Brasília (Unb), que participou, em 1999, do trabalho acadêmico “Gangues, galeras, chegados e rappers”, publicado no Rio de Janeiro, "geralmente, a construção da personalidade, por esses jovens, se dá pela oposição: a pessoa passa a saber quem é porque não é como a outra, do grupo inimigo.” E esse processo, segundo ela, acontece principalmente nos grandes centros urbanos, onde a maior parte da população perdeu seus laços culturais ou de família - elementos de construção da identidade.
Para Zezé, a relação com as gangues deve ser trabalhada com cuidado nas comunidades. “Da minha geração, quase todos eram de gangues. Conhecemos muitos que se foram ou estão presos. A convivência se dá pelo respeito, pela reconhecimento da instituição gangue, e assim vamos coexistindo e ampliando o espaço de novas formas de diálogo e afirmação”.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ministro da Justiça visita a CUFA - RS

Ministro da Justiça visita a CUFA - RS

Tarso Genro esteve presente no lançamento de base CUFA na Zona Sul da capital, no dia 25 de setembro de 2008. A CUFA RS fez o lançamento de sua base de trabalho no Morro Santa Teresa, Zona Sul da capital gaúcha. Os mais de 500 convidados assistiram a apresentação do balanço social da entidade e o planejamento estratégico para o próximos anos. Conheceram também, os talentos dos projetos desenvolvidos pela CUFA, como o grupo teatral TUMULTO que apresentou durante o evento trechos da peça que estréia no final deste ano.No lançamento foi firmado o termo de parceria entre a CUFA RS, ULBRA e a SERPRO para implantação de unidades digitais em contêiner na comunidade. Teatro, dança, fotografia, vídeo e inclusão digital.
Um dos momentos mais esperados da tarde foi a presença do Ministro da Justiça Tarso Genro, que acompanhado de outras lideranças políticas do Rio Grande do Sul, prestigiaram e reconheceram o trabalho desenvolvido pela CUFA em todo o Brasil.

"A CUFA por todos os lugares onde passo, me prova que é possível fazer mudança de dentro para fora. Nós, que hoje somos governo, podemos ver na CUFA o mesmo desejo de mudança que temos em nossos corações, e é por esse desejo que o Ministério da Justiça e o Governo Federal está a disposição dessa rede que vem transformando as favelas brasileiras para apoiar e contribuir como viemos fazendo", conta Tarso.

Manual dos Basqueteiros 2008/2009

“Esta publicação é parte integrante do Projeto de mobilização de jovens das periferias, através da LIBBRA 2008 que conta com o financiamento do Ministério da Justiça, por meio do PRONASCI."
Esta edição foi concebida pela CUFA – Central Única das Favelas e desenvolvida por Celso Athayde.
Todos os direitos desta obra são reservados a CUFA
Central Única das Favelas
Rua Carvalho de Souza - 137/111 - Madureira
Rio de Janeiro - RJ - CEP 21350-180 Tel: 21-3015-5927

Concepção e Coordenação do Projeto: CUFA- Central Única das Favelas
Elaboração do Projeto: Fernanda Borriello
Apoio: Ministério da Justiça
Revisão: Fernanda Borriello, Simone Basílio, Claudia Raphael, Ana Paula Sabbag, Gleice Ferreira e Jane Carvalho
Capa e Projeto Gráfico: Galdino e Leandro Gonçalves
Fotos: Fabiana Cruz e acervo pessoal CUFA
Editora: CUFA

Central Única das Favelas-CUFA
Manual dos Basqueteiros 2008/2009
O Manual dos Basqueteiros é o resultado da vontade de alguns “malucos”, que um dia se reuniram em um evento de Hip Hop para bater uma pelada com uma “lata de lixo” e quadra de basquete improvisada.
O QUE É BASQUETE DE RUA?
No ano de 2002, a CUFA – que sempre viu no esporte uma grande ferramenta a ser utilizada para promover a auto-estima da população – criou o primeiro campeonato nacional de Basquete de Rua, o Hutúz Basquete de Rua (HBR), que acontecia dentro do Hutúz Rap Festival, o maior evento de Hip Hop da América Latina. Equipes de 13 Estados brasileiros disputaram o torneio, que teve a duração de três dias.
Apesar de existir até hoje, o HBR se tornou pequeno, três dias já não eram suficientes para comportar o campeonato que atraia cada vez mais times e jovens de todo o país . A CUFA então criou a LIBBRA - Liga Brasileira de Basquete de Rua, que se tornou referência única nesta modalidade cultural-esportiva em dimensão nacional. Essa manifestação espontânea de amor ao basquete e ao Hip Hop, se consolidou enquanto movimento tipicamente urbano e se tornou um elo na relação entre o esporte, a cultura Hip Hop e o movimento social, dando assim, o sentido definitivo ao Basquete de Rua e do qual ele passava a ser uma vertente fundamental.
Uma manifestação esportiva com compromisso cultural e social que vem proporcionando aos jovens amantes da cultura urbana, a relação que transforma esse comportamento em um pólo de comunicação entre os jovens das periferias brasileiras.
Muito conhecido como "basquete-arte", marcado por jogadas geniais, divertidas e pelas diferenciadas dinâmicas de jogo, o Basquete de Rua não se prende às regras convencionais, cria suas próprias.
Elementos importatntes para o Basquete de Rua:

MC’s
Reconhecido personagem da cultura urbana, o MC(ou Mestre de Cerimônia) é a voz ouvida durante os jogos, pois ele fica dentro de quadra narrando todas as ações. Algumas vezes brinca com algum atleta ou alguém da torcida com o objetivo de criar uma maior interação.
Na quadra ele fica responsável por manter a animação da torcida, fortalece o equilíbrio dos jogos, reforça o repertório dos DJs, passa informativos do evento e as informações mais importantes, sinaliza a urgência médica em algum atendimento aos atletas, etc. A LIBBRA trabalha com três MCs oficiais. São eles: Max DMN, Cezinha e Tony Boss.
DJ’s
A música dita o ritmo dos jogos e por isso o som em quadra é muito importante.
O Dj, também conhecido como disc jockey (ou dee jay), seleciona e toca as músicas que rolam nos eventos de Basquete de Rua. Normalmente, o som que rola é o Rap. O DJ está sempre em sintonia com o MC de quadra, contribuindo para a animação do público. Muitos Dj´s já passaram pela história da LIBBRA e outros fizeram história na LIBBRA.
Apresentamos aqui alguns dos DJ`S que contribuíram para ajudar a entender e a conceituar melhor essa história que não pára de crescer.
Libbretes (antigas Cufetes)
As LIBBRETES, anteriormente conhecidas como CUFETES, dão o tom da animação da torcida na medida certa. As LIBBRETES ajudam a preencher os intervalos, interagem com a torcida, puxam cantos de animação, além de coreografias coletivas e promovem distribuição de brindes para a arquibancada.
Graffiti
Os artistas visuais urbanos aproveitam os espaços públicos para interferir culturalmente na decoração da cidade. Suas obras costumam ter um caráter poético-político e compreendem desde simples rabiscos até grandes murais executados em espaços especialmente designados para tal. A arte do grafite está presente nos eventos de Basquete de Rua, com telas e painéis sendo executados ao entorno da quadra, enquanto acontecem as partidas.
Este elemento é mais um que compõe o leque de possibilidade desta cultura urbana, onde o Basquete de Rua está inserido.
Break
Dançarinos (as) também conhecidos como breaker boys (ou b-boy) e B-girls.
Desempenham o papel de simbolizar a situação de mutilação a que está submetido o povo pobre, seja pelas guerras, pelo desemprego, pelas drogas ou pelas desigualdades sociais. Realizando movimentos "de quebrar" (to break), esses (as) dançarinos (as) demonstram o desejo das comunidades em romper culturalmente com o sistema opressor e explorador, bem como o seu anseio por um mundo melhor. É na construção desse caminho que o Break se encontra com o Basquete de Rua, em uma dança histórica em direção a cultura urbana.
Skate
Por praticar um esporte radical nas ruas, calçadas, estacionamentos, quadras esportivas, entre outros lugares, ele é um grande representante da cultura de rua. O Skate tem cumprido um papel importante, não somente na formação e participação desses jovens nos eventos, como em uma competição paralela nas arenas da LIBBRA. O maior legado desenvolvido na relação entre o skate e o basquete tem sido a perspectiva de uma nova identidade para esses jovens que até pouco tempo eram alijados de toda e qualquer forma de emancipação.
Libbrinha
A partir de 2009, a CUFA passará a organizar um campeonato de basquete Sub-17, tanto para meninas quanto para meninos. Os jovens que participarão deverão ter idade entre 12 e 16 anos até o início do torneio.
O tempo de jogo e as regras serão as mesmas desenvolvidas pela Liga Brasileira de Basquete de Rua (LIBBRA), exceto em relação à altura das tabelas, que será de dois metros e oitenta e sete centímetros.
Os jogadores só poderão participar com permissão (por escrito) dos pais, além de atestado de saúde e todos os documentos exigidos pela Central Única das Favelas.
Atletas com idade superior a 17 anos somente poderão disputar a LIBBRA, e não mais a Libbrinha.
Presidente de Honra da LIBBRA

Nega Gizza é uma Rapper fundadora da Central Única das Favelas, nasceu no Parque Esperança, Baixada Fluminense. Se tornou a Presidente da Liga Brasileira de Basquete de rua por estar presente na ponta de todas as ações desenvolvidas pela instituição.

Gizza é a primeira Rapper a montar seu próprio selo, incentivando nas bases de luta o empreendedorismo; é a primeira locutora de rap em rádio FM no Brasil, e entre suas atribuições estão recepcionar todo o público, manter o bom relacionamento entre basqueteiros, grafiteiros, Mc's, Dj's, B-boys e todos os outros que participam ativamente do evento.
Vice – Presidente de Honra da LIBBRA

Mv Bill já possui uma carreira de sucesso dentro do mercado Hip Hop, transita
em vários seguimentos da sociedade e movimentos, entre eles , Social, o das favelas, movimento negro, de juventude. Recebeu vários prêmios por essas militâncias; entre os prêmios recebidos podemos destacar, Orilaxé ( Juventude ), Unesco ( Direitos Humanos, ) Onu ( Cidadão do Mundo, Barcelona ), vem se firmando como autor de Best Sellers, produzindo filmes e documentários.

Mas sua real revolução é a atuação com os jovens da CUFA , entidade que ajudou a fundar e ocupa a função de Vice - Presidente de Honra da LIBBRA. MV Bill também viu no Basquete de Rua uma forma de converter muito mais do que cestas , mas a vida de muitos jovens com origem parecida com a sua na Cidade de Deus, seu bairro, sua comunidade , sua favela. Para coroar em grande estilo essa relação, MV Bill nos brinda com o Hino da Liga Brasileira de Basquete de Rua que hoje também faz parte da construção dessa filosofia urbana chamada Basquete de Rua do Brasil .

Dialeto das Ruas

Afrouxar: Dar moleza.
Água de salsicha: Jogo ruim.
Apagado: Jogador que não fez nada, foi muito marcado.
Apagão: A jogada em que o atleta cobre a cabeça do outro com a camisa.
Apagar: Marcar muito um jogador, não deixá-lo evoluir em quadra.
Aqui não!!!: Toco.
Bagunçar: Esculachar, humilhar o adversário.
Barulho: Aplausos da Torcida.
Bater a carteira: Roubar a bola do adversário.
Bate-bola: Jogador que só dribla e não marca pontos.
Bebezão: Jogador que reclama de tudo.
Bicho: Jogador que ignora a marcação, nas enterradas.
Chapa quente: Jogo muito disputado.
Coca-Cola: Jogador ruim, que só tem pressão.
Coquinho: Quando o jogador bate com a bola na cabeça do seu adversário.
Cravada: Enterrada.
Dançar: Ser envolvido pelas manobras do adversário.
Entorta o Pé: Deixar o adversário no chão com um drible.
Espinha: Quando o jogador esconde a bola nas costas do adversário.
Espremedor de laranja: Dar um toco e prensar a bola na tabela.
Estilizo: Jogador que tem swing no jogo, e as roupas caem bem nele.
Freestyle: Movimentos livres feitos pelos jogadores.
Jogo de comadre: Jogo sem marcação, no qual todos fazem cesta.
Jogo de Futebol: Partida com poucos pontos.
Jump shot: Arremesso.
Ligação direta: Quando o jogador passa a bola para outro que está muito distante dele.
Mamão com açúcar: Quando o adversário é muito fraco.
Mano a mano: Quando um jogador chama o outro pra "dançar", na intenção de desmoralizá-lo.
Marrento: Jogador com muita pose.
Mascarado: Jogador metido a bonzão.
“Meu Deus": Expressões muito utilizadas pelo MC Max e que já é referência no Basquete de Rua.
Mr. M: Quando o atleta simula que passou a bola adiante e esconde-a entre as pernas.
Na Cabeça: Enterrada sobre marcação do adversário.
Na Cara: Cesta feita com marcação do adversário.
Pancadão: Perder ou vencer por uma diferença muito grande de pontos.
Pedra: Quando o DJ solta um som muito bom.
Pega-pega: fazer marcação homem a homem (ou mulher a mulher).
Ponte aérea: O jogador recebe um passe no alto quando está indo em direção a cesta e o completa com uma enterrada.
Se Liga: Quando o Jogador atira levemente a bola na testa do seu marcador.
Sem braço: Jogador muito ruim.
Seu Boneco: Quando o jogador esconde a bola na camisa.
Sinistro: Jogador muito bom.
Socada: Enterrada.
Tomar um sprite: Errar a cravada, prensando a bola no aro.
Traz o Troco: Quando o jogador finge que vai arremessar enganando o adversário fazendo-o pular.
Trombadinha: Jogador que rouba a bola do adversário.
Varrer: Dar um chega pra lá no adversário, expulsá-lo da sua área.
Esta é a primeira publicação de Basquete de Rua do Brasil
Desenvolvida por Celso Athayde (o Mesmo de “Falcão -Meninos do Tráfico” e “Falcão Mulheres e o Tráfico”) esta obra foi produzida no seio da CUFA- Central Única das Favelas com o objetivo de centralizar em um só espaço todas(até agora) regras e manhas do basquete urbano.
Fortalecer a prática do esporte através da cultura Hip Hop, é fomentar também a inclusão social, tirando da ociosidade, jovens das periferias de todo o país.
Celso Athayde viu nesta modalidade de esporte urbano a oportunidade e o desafio de alcançar mais jovens moradores de periferias com a linguagem que eles entendem bem, e desta forma, criar ferramentas para tirá-los do campo de visão do risco social. Dando a eles mais perspectivas de vida.
A CUFA hoje é a maior organizadora da prática do basquete de rua no Brasil, agregando cada vez mais parcerias para aumentar o número de jovens atendidos em suas bases por todo o território nacional.
Realização:
CUFA - Central Única das Favelas
www.cufa.org.br